Jesus Cristo É O Senhor Da Natureza

Lucas 8:24-25

Para alguns estudiosos, a razão dos evangelistas terem narrado este acontecimento e mostrado ênfase na pergunta “Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?”, foi o de apresentar a Jesus Cristo como o único Senhor da natureza, da terra e do universo e único criador de tudo, conforme lemos em Colossenses 1:16.

Às vésperas da Rio+20, trazemos uma visão diferenciada, para nossa reflexão, sobre a relação e a responsabilidade entre o cristão e a natureza com o tema: Jesus cristo é o Senhor da natureza.

I – E nos ensina a usá-la SEM DEGRADÁ-LA – “Toda a humanidade partilha a condição adâmica de ser, ao mesmo tempo, filho da Terra (tu és pó e para o pó voltarás) e filho do Céu (imagem e semelhança de Deus);” um ser mortal e finito, aberto ao Infinito, fazendo desta criação um dos mistérios de Bereshit (a gênese do mundo): Deus, em sua Onipotência, fundiu em nós seres humanos a integridade com a terra e a comunhão com o Espírito Santo. Isso deveria ser suficiente para o homem reconhecer sua condição de subserviência a Jesus Cristo, como Mestre, e sua dependência a terra como base de sua sobrevivência, mas, a todos, voltamos às costas esquecendo-nos que fomos criados dependentes de nossos semelhantes, de toda natureza e sujeitos as leis Divinas. Como se não bastasse, elegemos o texto bíblico de Gênesis 1:28 no intuito de termos legalidade de destruir a natureza quando nosso próprio Mestre não o fez. Ali, “sujeitai-a e dominai” não está relacionado com destruir e usar indiscriminadamente, mas, sim, em governar e isso pressupõe “cuidar, manter, favorecer a”.

Jesus Cristo jamais nos ensinou a explorar a natureza de modo indiscriminado, mas retirar dela o necessário para nossa sobrevivência. Ele nos ensinou que tudo foi feito para Deus (Cl 1:16) e quando destruímos a natureza estamos destruindo o trono de Deus, o céu, e seu escabelo, a terra (Mt 5:34-35).  Nossa atitude e responsabilidade de cristão deve ser a de preservar o planeta terra sabendo que “o domínio sobre a criação […] não pode ser feito de qualquer jeito, de modo a desprezar ou destruir a vida vegetal ou animal”.  Jesus é o Senhor natureza, pois dá prova maior desse senhorio quando Ele preserva a vida humana sem degradar a natureza, pois o vento e o mar, embora lhe sejam sujeitos, não sofrem nenhuma degradação.

II- E NÓS SEUS AUXILIARES – Até hoje nos sentimos maravilhados, como os discípulos naquele momento, pois vemos a presença marcante e sobrenatural de Jesus Cristo, nos ensinando nossa autoridade e, ao mesmo tempo, nossa interdependência com a natureza. Com isso, o Senhor quer nos chamar a responsabilidade de sermos seus auxiliares em preservar a toda a sua criação e não apenas em ficarmos maravilhados com ela. Mas, não é de agora que destruímos o planeta ao invés de governá-lo, pois o aviso do Senhor de nossa má governança vem desde os tempos do Profeta Isaías: “A terra geme e pranteia…” (Is 33:9) e segue em Rm 8:22: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”.

Com a visão eco-teológica, esses textos deixam de demonstrar apenas um apelo desesperado da natureza para ser uma convocação de Deus para nossa volta a integrar a natureza como um ser que é parte dela e não superior a ela e, por ser único à imagem e semelhança do Criador, ter por obrigação de manter toda demais criação em pleno equilíbrio.  Hoje, Jesus Cristo, o Senhor da natureza, nos chama para uma revisão de nossas atitudes com relação a todo eco sistema antes que também gritemos: Mestre, Mestre, perecemos; vendo antes do fim do planeta o fim da espécie humana. Devemos mudar nossos pensamentos e atitudes com relação à preservação ambiental e da nossa espécie. Atitudes como a de escovar os dentes com a torneira fechada, reduzir o horário do banho, separar o lixo, entre outros, além de diminuir o consumismo, nos levará a atitudes cristãs, apoiadas na certeza de que somos auxiliares do Senhor da Natureza quando também cuidamos de toda obra de sua criação.

CONCLUSÃO: Onde está a vossa fé? Esta interpelação do Mestre as nossas vidas, hoje, parece nos inquirir sobre a nossa certeza de continuarmos existindo mesmo sem o planeta terra. Nosso posicionamento como cristãos deve ser o de exigir um basta a exploração indiscriminada dos recursos naturais da terra, apenas em prol de um acumulo desenfreado de riquezas, criticado até por Jesus Cristo (Mt 6:19) e nos colocarmos em defesa da natureza, ou seja, em defesa de toda a criação de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Lição de Célula Nº 549 – 11 a 17/06/2012 – Prs. Teófilo & Magda Acioli