O QUE COMPÕE UMA IGREJA EM CÉLULAS

(João 1:1-5) Estar ministrando aqui hoje tem alguns motivos e que de um jeito ou de outro, de uma forma ou de outra, são motivos que fazem parte da minha vida, da sua, da nossa vida.

Nós nos encontramos neles e dependendo de como nós encaramos os motivos, nos desencontramos.

Mas, o fato é que estes motivos fazem parte da nossa existência.

Por mais que eu tente e por mais que você se arrebente no sentido de dizer não, ainda assim, apesar de ser assim, eles estão presentes, se mostram latentes no agendamento da nossa vida.

O primeiro motivo é que a igreja em células faz parte da agenda da vida.

“Deixará pois o homem pai e mãe e ambos tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24).

A igreja em células é um tema, é um fato, é notícia na história de todos nós.

A igreja em células é matéria da história humana, é símbolo de sonho, de esperança, de resistência, de ternura, de abertura, de doação e entrega ao projeto Soberano.

O segundo motivo é que, sendo a igreja em células parte da agenda da vida, eu preciso me definir como é que vejo, sinto, leio, percebo e interpreto o que “dela” é e o que “dela” se fala.

Eu não posso me alienar e nem me distanciar da temática da igreja em células.

Não existe jeito de articular escape. Eu estou comprometido e tenho de assumir uma posição em tudo que diz respeito à igreja em células.

O terceiro motivo é que eu conheço gente pra valar, gente que amei ou que amo, gente que andou ou anda comigo, gente que entrou e já saiu da história mas que continua vivendo a vida na vida de “minha história”, como é o caso da minha mãe, que já faleceu, de tios e tias, de irmãos e amigos como muitos que me ouvem.

E toda essa gente viveu certa relação com a “igreja em células”, tiveram suas vidas tocadas por “ela” ou pelo menos “dela” pensavam. E eu não sou frio pra dizer que isto era problema deles.

Quando se ama muito, tudo que envolve as pessoas que por nós são amadas, nos envolve, senão não é amor.

A igreja de Atos dos apóstolos era uma igreja em células.

O quarto e último motivo é que me sinto responsável em ser interprete pra uma geração que tem muita dificuldade em ler o que está acontecendo e que ainda irá acontecer no chão da nossa história.

Eu sinto certa mobralizaçao tomando conta de muitos, percebo certa analfabetização coletiva no que diz respeito aos grandes temas da bíblia e da vida e, ao lado disto tudo, vejo o desabrochar, no Brasil uma “espiritualidade” morna, sem compromisso com o Senhorio de Jesus de Nazaré.

Por causa disso é que vemos muitas Igrejas evangélicas funcionando como “balcão de serviço”.

Quero falar-lhes com a intenção de produzir reflexões a uma espiritualidade viva e da vida, a minha esperança é que em nome de Jesus de Nazaré as minhas palavras possam produzir ponto de encontro, de abraço e de celebração.

Quero falar-lhes com a esperança de arrancar os espinhos que machucam as pessoas, arrancar as cercas, os arames e os muros que separam as pessoas.

Se hoje você abrir o coração o Espírito Santo se derramará para exorcizar todas as intransigências e instalar pontes, erguer viadutos que liguem, o seu coração com o coração d’Ele construindo, através do seu derramar, uma humanidade que faça do amor o nervo que liga os desiguais, eliminando assim, as diferenças e os rótulos que são impostos e que se traduzem em distanciamento e ruptura.

Partindo destes pré-supostos nos surge uma pergunta.

Quais as prerrogativas que compõe a igreja em células?

Pensemos em pelo menos três prerrogativas que nos levam a fonte, a causa, que compõe a Igreja celular no modelo dos doze. Olha só o que a Bíblia diz a esse respeito: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus…” (Jo.1:1).

A primeira prerrogativa que compõe a igreja em células, é o VERBO. “No princípio era o VERBO”.

O verbo é sabedoria eterna (imaginação).

O verbo é expressão, aquilo que revela o interior de uma pessoa. (lembra do encontro?).

O verbo é palavra que designa ação, estado qualidade ou existência.

É o que diz o livro de Gênesis, quando Deus cria o universo e o homem para ter comunhão com eles, para estabelecer com eles comunhão e curtir uma paixão eterna com a criatura.

Esta prerrogativa, que é o verbo, a palavra, está sendo resgatada na Igreja, através do conceito que é possível possuir sem ser possuído.

De restaurar quando tudo aparentemente está perdido.

Não há psicologia, nem grupo de auto-ajuda para casais, que dê jeito em casamentos falidos, fadado ao fracasso, só mesmo o VERBO, a palavra de Deus restaura casamentos.

(Empresas, negócios, saúde, finanças, etc.).

Penso que hoje seja o dia de verbalizar em nome do VERBO, que nos comprometemos com o derramar do Espírito Santo que veio restaurar a suficiência da palavra, através do Pré-encontro, Encontro, Pós-encontro, Escola de Líderes etc., nos fazendo ir além do que podemos imaginar!!!

A segunda prerrogativa que compõe a igreja em células, é a “vida que estava n’Ele”. (Jo.1:4).

Esta prerrogativa gera empatia.

Imagine um homem se tornando um verme, chocante não é? Todavia, isso é muito pouco, é apenas uma criatura se tornando outra criatura. Agora pense mais um pouco comigo, “o verbo se fez carne”, o criador de todas as coisas se tornou criatura. C.S.Lews diz que este é um ato absurdo de Deus. É Deus ao alcance das mãos dos predadores.

Queridos, isto deve me inspirar a ser ministrado pelo mais simples irmão que me rodeia, afinal, foi por causa deste derramamento magnífico de Deus que todos nos tornamos “irmãos”. A palavra mais linda no corpo de Cristo é esta, é ela que nos faz “um”. É nela que governador e engraxate, se sujeitam um ao outro no amor do Senhor.

O que de belo existe na igreja em células, é o resgate dessas coisinhas miúdas que a muiiiiito tínhamos esquecido.

Para mim, relacionar-se com os irmãos em pequenos grupos, em células, é isso; é troca de informações, é apelo à igualdade, é empatia, é se colocar no lugar do outro. Para mim célula é imanência que faz brotar verdadeira transcendência. A visão celular é Deus se derramando hoje aqui para resgatar em nós as coisas do princípio. (Testemunho de Fhilliph Yancey e esposa, o rato na lata de lixo).

Esta segunda prerrogativa que é “a vida que estava n’Ele”, gera compaixão geográfica. Olha comigo ainda (Jo.1:14). “E habitou entre nós”.

Jesus de Nazaré, ocupa o mesmo pedaço de chão com o homem. Isto mostra que Deus em Cristo assume três tipos de responsabilidade.

A primeira é psicológica, Ele tem alma de homem.

A segunda é fisiológica, Ele tem corpo de homem.

A terceira é pedagógica, Ele aprende com os homens.

Se vocês querem ver a alegria estampada no rosto dos irmãos, abram suas casas, ou então vão à casa das pessoas simples, entre nos bairros, nas periferias, faça como Deus em Cristo, visite a casa de Maria, Marta e Lázaro, derrame vida onde tem cheiro morte…

Esta segunda prerrogativa que é “a vida que estava n’Ele” (Jo.1:14), mostra que Deus não se diminui e nem troca seu papel, pois Ele permanece, “cheio de graça e de verdade”. (Jo.1:14b).

Graça é a capacidade de se misturar; verdade é a capacidade de não se corromper.

Debaixo da unção de Jesus de Nazaré, pastoreamos e somos pastoreados, ensinamos e somos ensinados, santificamos e somos santificados

A terceira prerrogativa que compõe a igreja em células, é “a luz que resplandece nas trevas”. (Jo. 1:5).

O que esta prerrogativa me revela? Esta prerrogativa me revela a imutabilidade de Deus. Ao se derramar humanizando, Deus não perde seus atributos, Deus os deixa palpável.

Agora a luz não é apenas um reflexo é lamparina que se toca, que se permite acender por uma mãe desesperada, ou um pai aflito, é o toque nos olhos do cego à beira do caminho, enfim, é luz ao alcance de todos, é luz do mundo no mundo de todo mundo.

Uma igreja que se derrama diante de Deus, possibilita este alcance da luz, senão veja o que diz o texto sagrado: “A saber: a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina a todo homem”. (Jo.1:9).

A luz a tudo penetra e não se contamina, uma igreja em células, pode penetrar em qualquer bairro, em qualquer país, pois tem esta característica. Na China, mais de um milhão de irmãos, vivem como igreja em células. Este foi o método da Igreja primitiva, também será, o mesmo método da igreja da última hora, aleluia!!!

Precisamos de mais companheirismo, mais solidariedade em nossas Igrejas. O modelo celular nos oportuniza este estilo de vida.”Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”. (Mt.5:14).

Conclusão.Deus, está desafiando eu e você a edificar uma cidade sobre um alto monte. E não tem como edificar uma cidade sobre um alto monte sem sermos igreja em células!!! Como Ele mesmo disse: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”!!!

Na esperança que não desvanece mesmo quando se derrama!!!

Prs. Paulinho e Luiza Almeida

Ministério Cristão Kairós.

Tempo de Vida.

Sobradinho-DF. Primavera de 2.008